Adotantes "têm mais problemas com a cor da pele do que com a consanguinidade"

Casos de crianças grávidas abusadas por familiares são conhecidos de associações que recebem os seus bebés. Ajuda de Berço e Refúgio Aboim Ascensão explicam o apoio que é dado
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Em Portugal existem associações preparadas para acolher filhos do abuso e da violação das mães por pais, padrastos ou outros familiares. São os casos da Associação Ajuda de Berço, em Lisboa, ou do Refúgio Aboim Ascensão, em Faro.

Nas duas casas da Ajuda de Berço há 40 bebés a aguardar decisão judicial para adoção ou entrega a pessoas da família. "Já tivemos crianças filhas de mães abusadas pelos pais ou padrastos. Aliás, quando em comecei a carreira, há 25 anos, a maior parte das adolescentes grávidas eram vítimas de incesto", afirma Sandra Anastácio, presidente da associação. A responsável espera que exista apoio à criança de 12 anos internada no hospital de Santa Maria depois de esta interromper a gravidez. Porque esse apoio vai ser preciso. "Qualquer resposta tem consequências dramáticas na vida dessa criança", sublinha.

É política da Ajuda de Berço informar os candidatos à adoção quando estão interessados em crianças que nasceram numa relação consanguínea para estarem prevenidos face a eventuais complicações de saúde. "Normalmente as famílias adotantes querem na mesma essas crianças, desde que sejam saudáveis. Têm mais problemas coma cor da pele ou com crianças doentes do que com a questão da consanguinidade".

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